segunda-feira, 30 de agosto de 2010


O menino olhava na ponta dos pés a vitrine iluminada,transbordando de sonhos,num movimento lento dos olhos,espremendo os dedinhos dos pés contra o chão e mesmo com todo aquele esforço,parecia flutuar.
Observava atento cada detalhe dos carrinhos anos 60..
rodas,pintura,aros,o puro contorno dos banquinhos de couro,a criança cor de jambo tinha ali na atura dos seus olhos,lentos
seu maior desejo em miniatura.
Sentia sim,um misto de prazer e dor..
Dor ,por ver-se separado de suas raridades por um estúpido vidro de loja recém chegada na cidade,e nos dedinhos dos pés,é claro,pelos minutos ai amassados contra o rude chão de pedras.
E prazer,por observar,ainda que por segundos tudo aquilo que um dia jurou ser dele.

Feliz menino cor de jambo,por ao menos poder apreciar de leve o menor e maior anseio de sua infância.Pudera eu,voltar ao tempo e na ponta de meus amassados pezinhos observar um desejo pequenino,mas cheio de ardor.























segunda-feira, 23 de agosto de 2010


A contradição é o que nos alimenta.É através de nossas dúvidas que,provamos o sabor dos caminhos ainda não trilhados.Contradição nos leva ao óbito e ao renascimento,somos fruto de nossas dúvidas,somos poeira de nossos pensamentos. Contradizer não é apenas perder-se entre palavras,é ver que toda moeda tem duas faces.

domingo, 22 de agosto de 2010

Acho que não sei distinguir o real do abstrato,
não enxergo,nem ao menos conheço a linha que divide a minha vida
entre utopia e realidade.

Seriam então,reais aqueles momentos em que eu passei sonhando?
Não sei
Eu não vi mais nada,além de plumas e asfalto.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Peço que as estrelas não guiem tão somente os meus caminhos,
mas também o meu coração.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

No frio escaldante dos meus lencóis.

16 de agosto,2010. Carta de Emilia pra Cobain:
Estranho como rumam as coisas,né? Nossos barquinhos por ai,navegando pelo mesmo oceano,mas sem ao menos se esbarrarem no mesmo cais... pudera,rumavamos...uma ao norte e outra ao sul,mas nada como bons ventos para levantar as velas na mesma direção,não é mesmo? Teu olhar cruzou-se ao meu...por um instante me vi ancorada em teus braços... pensei:"Queria eu,repousar meu barquinho pra sempre aqui" Pensamento escapou pela boca e saiu em forma de "meu anjo." Anjo que hoje guia minhas velas,repousa no meu cais e de mãos dadas comigo,navega mundão a fora por toda a rosa dos ventos,em qualquer direção,qualquer hora... Sentindo de leve a brisa que passa sorridente...príncipe e princesa donos do mesmo barco,amantes do mesmo amor."


EM APÊNDICE:
Amo-te.

domingo, 15 de agosto de 2010

Estou vendendo.

Eu sim senhores,vendo a qualquer custo
qualquer grão.

Pensei por breves segundos em doa-la a alguém,pobre de mim
achar que outro ser qualquer,aceitaria de peito aberto um presente como este.

Eu de fato,pratico um pouco de egoísmo,por querer abandonar algo assim,de meu domínio quase pleno nas mãos de um outro humano tão cheio de pertences.

Mas por favor,não pensem de todo mal do que venho aqui oferecer...
em doses certas talvez venha calhar de ser até um tanto razoável,
como se funcionasse como...HESITAÇÃO,por que não caros senhores?

E se nem assim quiserem tirar de mim toda essa posse...


suplico-lhes...comprem nem que seja pra jogar fora
toda essa minha insegurança.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

No dia em que mi-menor resolveu falar sério:

Uma nova lei vem sendo discutida pelos líderes do congresso,lei esta que obriga filhos a pagarem uma indenização aos seus progenitores caso haja o que chamanos de abandono afetivo.
Esta lei tem como propósito DIMINUIR o número de idosos abandonados afetivamente em nosso país.


PENSEMOS: Pessoas da melhor idade como costumamos os chamar,hoje não tão melhor assim, já sofreram e ainda sofrem por diversos motivos,entre eles o descaso deste mesmo gorverno que hoje pensa caridosamente em aumentar o número de reais nas contas bancárias dos pobres velhinhos abandonados, como se notas e números fossem
elevar suas auto-estimas e dimunuir o número de filhos displicentes em todo o território nacional.
Numa sociedade capitalista onde a maioria das pessoas estão a 150 km/h
fica de fato DIFÍCIL amar e cuidar de seus pais e a MELHOR solução que nós,seres humanos burgueses natos conseguimos achar para punir tal brutalidade é através de nosso queridíssimo capital,certamente este filho se arrependerá e sofrerá ao perder parte de seu suado salário e com TODA A CERTEZA DO MUNDO aprenderá a lição de que abandonar seus pais,além de ser FEIO...custa CARO.
Então queridos amigos,
COMO podemos perceber a barreira entre AFETO e NEGOCIAÇÃO?
Até quando continuaremos a tapar nossas feridas com cédulas das mais variadas cores?



domingo, 8 de agosto de 2010



Se é maldade o que me diz faltar
Não conheces de fato o meu âmbito.

Guardo nos olhos meus desejos mais remotos
e toda a malícia no fundo de um copo de refrigerante.

terça-feira, 3 de agosto de 2010






















Amar poderia ser como máquinas de fotografar...
Onde ajustamos o foco, a intensidade,o tempo... até que tudo fique em perfeita fotometria.. Porém eu que ousadia... amaria apenas no automático. Pois assim sou hoje em dia...ora boa fotografia, ora segunda tentativa. Mas meu amor assim,ligado no automático,tem lá seus contras... escolhe por si o foco, a intensidade,o tempo... fazendo com que meus planos,minha ideia pré-moldada da imagem na mente... torna-se diferente...pois coração visto que todo absoluto do sistema automático... não regula-se de maneira alguma com o cérebro dono sonolento do meu manual.