segunda-feira, 26 de julho de 2010

O tempo havia sido duro com ela.
A cada novo badalo,
a cada nova estação,
suas escolhas eram cravadas como estacas em sua carne quase viva.
quase,pouco faltava para sentir.

Com o passar dos ponteiros,
tiquetaqueando pra lá e pra cá
a menina dos olhos cor de chumbo
via-se presa até o fim de seus tempos
a um adjetivo só...
frívola.


a pobre menina perdia-se em seus atos pueris,
querendo mostrar a todos suas verdades não inteiras...
e o que penso queria eu dizer a ela!

Faltava-lhe maestria.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dos
chocolates
hoje
sou
o
meio
amargo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Não havia um segundo e que em que nela não pensasse.
Que não pensasse nela por os olhos,as mãos...entregar de uma vez por todas seu frágil coração.
Dos segundos,trazia a lembrança,das tardes passadas ao lado dela,das flores nas janelas o cheiro de café e canela...avenida passarela só pra ela...passar.
Linda ela vinha em trajes alvos a caminho de seu castelo,segurava-me pelas mãos,sorria.Tímida e brilhante estrela do mar...do meu amar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Em meio a destruição a menina de vestido desbotado e pés descalços me dizia:
-Shiva está no controle,no controle ele está.

domingo, 18 de julho de 2010

Em uma tarde de domingo...

Seu coração passava apertado
nem bala nem agulha.
Precisava era falar.
Sentia queimando o gosto das palavras na ponta de sua língua
era a ausência da língua tua.
Contentava-se então apenas com as fotografias...
um sorriso encantador em todas elas.
Mas seu coração ainda sim passava apertado
nem choro nem vela.
apenas....ela..
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Tão apertado quanto as suas ideias
queria dizer a menina com cara de mais velha
que era por ela que seu coração batia num ritmo essencialmente especial.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ela carregava meu nome em uma das palmas de suas mãos.
Queria eu que do lado esquerdo fosse,pra ser mais perto do coração.

domingo, 11 de julho de 2010

Sou da época em que mãe era um ser sagrado
que gato era pingado
e rua era sinônimo de bola de gude.
Sou do tempo em que corria-se atrás de pipas
e da calça mãe Maria gritava
-Devagar pra não se machucar menina!
Nasci num tempo em que beijo na boca era braço direito do carinho
e juras de amor eram ditas assim,devagarinho
pra que se pudesse saborear com paixão,
deglutir as palavras quase que inteiras.
No meu tempo...amava-se com o coração.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Fale a menina,senhores.

Alguém fala pra ela que não sou mais como antes.
Que espero coisas demais e dou coisas de menos,
egoísmo sem fim.
Informe a garota que hoje sou diferente.
Dissimulada,pouco atraente,pedindo trocados nas calças.
O senhor por favor,escreva uma carta
dizendo a essa menina que hoje eu sou o avesso
de bondade e de respeito e que o que me falta é compreensão.
Mas se ela ainda sim não quiser acreditar,
eu vou bater em sua porta,com cigarros ordinários
e um conhaque velho...defamando e duvidando do evangelho
pra mostrar de uma vez por toda que eu mudei
que levo a vida com insensatez.
Carrego o peso das mentiras que criei
para que acreditasse que longe de ti eu pudesse viver.
Não fale a menina sobre minha confissão.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

-costas nas mãos.

tocava a pele semi-nua...
Ela perdia-se,quase cálida.
apenas um toque e inteira sua tornava-se.
Mãos nas costas...
misto de prazer e graça,segundos de arrepio.
tuas mãos que passeiam pela serpente vertebral.
só pro meu deleite.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

E quando eu falava de amor,
me pedia verdade.
Querias de mim apenas as palavras sinceras,
avulsas.
Pedia-me honestidade
quando eu,puro ardor
chamava baixinho teu nome.
As sílabas escorriam,ainda quentes pelos meus lábios
até bater aos seus ouvidos
e atendendo ao pedido,
vinhas a mim.
Mais baixo que teu nome,susurrava de súbito
mordendo teus lábios convidativos.
-Honestidade meu bem,honestidade.
pedia-me assim.
Mas não podia eu,encher-te de meias verdades
sem antes ser honesta comigo mesma,não podia.