sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Aos que nunca pensaram
no prazer das palavras
quando ditas ao pé do ouvido,entre pausas e sorrisos,

entre você e eu.

Um olhar nada perdido.
Contrário, fixo
engolia-me.

Uma boca febril,chamava-me.
Saboreando meu breve nome.

As mãos sobrepostas nas minhas,
era um sinal.

Aproximava-se...
corpo e alma.
Tua fala transformada
segredava-me agora seus maiores anseios,
estavamos cada vez mais perto.

As palavras escorreram da boca e caminharam
num ritmo lento até meus ouvidos.

Ah,as palavras e teus lábios,
febris.


Teu calor derreteu meu corpo,
e tua boca,mil desejos despertou.

sábado, 23 de outubro de 2010

Um fiel escritor,as palavras retorna.


Mesmo que passasse por difíceis provas de fogo,
onde as palavras transposeram-se em inimigas
ferindo carne e alma,transformando em carne viva.

Mesmo que vivesse dias de pouca glória,
esperando por hinos de vitória
mas de fundo a canção a lhe declarar derrota.

Mesmo que sentasse ao pé da cama,
e ao ler cartas antigas,lágrimas derramaria
ao perceber que as palavras mais uma vez a derrubou.

E por isso decidiu,não escrever mais sobre a vida,
curar a tal ferida e aceitar qualquer partida.
Porém,não podia negar
era toda palavra,
era toda verso,
toda prosa...era prosa.

E como não dizia o sábio compositor,
um fiel escritor,as palavras retorna.

domingo, 19 de setembro de 2010


Fui ao encontro dela,
mas deixo claro que não por gosto só meu.
Meus olhos precisavam vê-la,
choravam cheios de saudade
E eu,por pena dos pobres olhos meus,
me rendi a graça de seu encanto
a magia de seu encontro
tudo,enfim.
Mas o que eu,deveras gostaria de claro deixar
É que,fui ao encontro teu apenas para não mais sentir meus pobres olhos chorar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010


E olhe quem aqui de novo está,
a Dona solidão que fez meu barquinho desabar naquele imenso mar.
Pra tirar de vez de mim,aquilo que custei a achar,
ver a verdade desaguar manchando de um cinza escuro meu imenso amar.

Das velas perco o rumo,da proa me aprumo
Vou seguindo,visto que meu querer não se faz tão forte,
quanto a dona que se faz presente.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Quando ela tocava Mother's Journey.


Seus passos eram como notas soltas de um velho piano.
Sentada à direita,mas não de Deus pai,
rasgava-me os ouvidos com sua harmonia feroz.

E com um olhar perdido entre partituras e vinho
Dizia-me com boca roxa:
-Ouça o que pra ti vou tocar.

Tiersen me maltratava a alma,
e ela sabia bem.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Morno misto.


Reluzia intensa com rosto de mulher.
Como Ana de Humberto Gessinger,
Seduzia,ardente como a Gina de Wood.
Era linda de doer os dentes,
E eu,confusa de doer a própria alma.
Provocava em mim,desejo
Em dia de noite quente
Penetrava lenta,as púpilas dilatadas só pra ver ela passar.
testava meu corpo,
diafragma,
músculos,
sistema nervoso.
Dos cinco sentidos,dava-me apenas a graça de três
vê-la passar,ouvir a tempestade de seu riso doce e sentir o cheiro de sândalo e jasmim.
Porém,confesso
queria sentir por completo
como músico em dia de casa cheia.
tocar-te como violino
sentir teu sabor,como fruta madura
e contigo descobrir os novos sentindos,mistura-los,
sentir mil e uma coisa de mil e uma formas.
Viver amor intenso e ter a certeza que nossa história
foi manuscrita,assinada por Shakespeare.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


O menino olhava na ponta dos pés a vitrine iluminada,transbordando de sonhos,num movimento lento dos olhos,espremendo os dedinhos dos pés contra o chão e mesmo com todo aquele esforço,parecia flutuar.
Observava atento cada detalhe dos carrinhos anos 60..
rodas,pintura,aros,o puro contorno dos banquinhos de couro,a criança cor de jambo tinha ali na atura dos seus olhos,lentos
seu maior desejo em miniatura.
Sentia sim,um misto de prazer e dor..
Dor ,por ver-se separado de suas raridades por um estúpido vidro de loja recém chegada na cidade,e nos dedinhos dos pés,é claro,pelos minutos ai amassados contra o rude chão de pedras.
E prazer,por observar,ainda que por segundos tudo aquilo que um dia jurou ser dele.

Feliz menino cor de jambo,por ao menos poder apreciar de leve o menor e maior anseio de sua infância.Pudera eu,voltar ao tempo e na ponta de meus amassados pezinhos observar um desejo pequenino,mas cheio de ardor.