sexta-feira, 28 de maio de 2010

Casa tingida a dois.(Relato simples do dia em que Capitão Morteo e Senhora Alime mudaram-se para uma casa só).

Nas mãos,
tinteiro e pena.
Papel não havia,não havia não senhor!
Queria escrever seus pensamentos com tinta de tinteiro prata
para tilintar em sua boca as palavras que,juntas,tingirão como pena recém chegada do tinteiro todo o espaço cinza.
Não havia papel,não havia não senhor!
Mas no escritório,em cima da mesa...tinta e pena.Pegou então,correu
e corria alegre,veloz.Com pena e tinteiro nas mãos,descia as escadas como tirolesa sem fim (bem aventurada ela era).
Casa e móveis,cobertos por traços finos de pena tingida,escrevia a vida entre uma parede e outra.
-Papel não havia,não havia não senhor!
explicou,incerta e ofegante ao homem que,ao sair deixará sua casa com paredes alvas.
Ela aquietou-se,desconfortável com vestígios de tinta nas mãos.Esperava mostrando paciência, a reação do homem.
Ele aproximou-se,molhou com tinta as pontas dos dedos e rabiscou em uma das quatro paredes da sala:
"Estou feliz agora que temos nossa casa!"

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